quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Cadim de cada um - Parte final" - E ... O Açaí!!



E finalmente... meu  Vira lata –Chartroux!

Já contei como adotei o Mingau e a Aveia, como resgatei a Mel das garras da horrível loja de animais e como adotamos Fubá salvo do lixo. Agora é a vez do meu lindo Chartroux (ok, vira-lata de pelo azul).
Sempre achei a coisa mais linda do mundo o Gato Azul. Seja da raça Chartroux ou o Gato Russo. Mas aquele pelo parecido com veludo, cinza azulado sempre me encantou. E Fabrício ainda me tentava cada vez que perguntava: já passou a mão em algum gato desses? Precisa ver que coisa mais gostosa é o pelo! E eu nunca, sequer tinha colocado a mão em um.  O Zoe, sem vergonha, me tentava também, passava pertinho de mim e quando eu o olhava, ZÁÁÁS! Lá ia ele como um foguete, correndo de mim. E eu nunca consegui acaricia-lo!
A cada chegada de um gato depois do Mingau e Aveia, Fabrício me alertava: olha lá, heim! É a vaga do seu gato Russo! E como pra mim adotar não tem preferência de raça, cor, etc etc etc, sempre concordei em ceder a vaga para os filhotes que precisavam de mim naquele momento. E lógico, não me arrependo de nenhum! Só que, como dois ocuparam a tão única vaga exclusiva do Gato Russo, sabia que, quando ele chegasse, Fabrício não ia se opor.
Até que ele veio... entrei no facebook e vi uma postagem: Fabrício, encontramos um gato igual ao que você queria, o Russo, quer? Era a Thais, que tinha recebido um comunicado da Viviane de que ela (Viviane) o tinha achado. E a linda foto dele, deitadinho. Deitadinho? O gato era um boi! Enorme! Adotar um adulto? Xiiii! Parece complicado! O Quê? Nem me importei com isso! Afobadíssima chamei minha mãe pra ver: MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃAEEEEEEEE, APARECEUUMGATORUSSOEATHAISTÁAQUIOFERECENDOPROFABRÍCIOEOGATOÉGRANDEEÉLINDOENÃOSEISEOFABRÍCIOVAIQUERERMASEUQUEROELEÉLINDOVEMVEROGATOMAECORREVEMVER!
Minha mãe, assim como vocês ao lerem a frase acima respondeu: O Quê? Fala devagar, menina! Que gato? Quem achou o que! E eu respirei e a expliquei, já ligando pro Fabrício.
- Alô? Fabrício! Viu o post da Thais no seu face?
- Vi! Ia ligar pra você!
- Fabrício, é o Russo! Ele é lindo! Mas é achado? Não tem dono? Ai, minha mãe falou pra gente pegar, porque quem tem quatro, tem cinco !
(Nota da autora no meio do texto: Quero deixar registrado que minha mãe é uma grande incentivadora pra eu ter os 5 gatos. Sempre vinha com aquela frase “ah, se eu morasse em casa teria um monte”. Culpa sua, Dona Milca, culpa sua.)
- Mili, já liguei pra Viviane. Vamos buscá-lo às 18h. Ela falou que temos que ir logo porque os vizinhos dela estão querendo mata-lo. Parece que ele está saindo de casa, como se procurasse sua casa, aí eles não estão gostando muito de ter um gato na rua.
MEEEEOOODEEEEEOOOOOOSSSSSSSSSSSSS!!! MEU RUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUSSO!!!!!!!! Ou Chartroux, na hora não importou a diferença. Aaaai eu teria meu cinziiinha, azulaaaaaado!!!!!
Quando chegou a hora, Fabrício veio me buscar, coloquei minha mãe dentro do carro (incentivou, agora agüenta!) e fomos em busca do meu cinzinha!
E agora? Como seria pega-lo? Avisaram-nos que ele era muito manso, mas fiquei desconfiada, porque ele já era adulto! Será que ele se adaptaria com os outros? Será que ele não iria fugir? E se ele nos avançasse? E se...? E se...?
Chegamos a casa da Viviane e ela já estava no portão com ele. Enorme! Quietinho. Ele estava limpinho, sem pulgas, graças a ela. Entrou na caixa de transporte sem resistência alguma. E lá fomos para casa. Minha mãe foi atrás conversando com ele. E ele quietinho! E eu pensando: quando esse gato abrir a boca pra miar, vai sair um rugido. Até que ele respondeu minha mãe.
Não sei se vocês já viram aquele filme com a Sandra Bullock, “Um Sonho Possível” e lembram do Big Mike, o “Gigante Bonzinho”? Então, é ele. O miado dele saiu de uma forma tão suave, tão aconchegante, que não tinha como ter medo dele, ou achar que ele seria violento com os outros. E não foi!
Quando chegamos em casa, a primeira coisa que fizemos foi fechar as portas e janelas pra ele não fugir. Ele andou pelo espaço, cheirou, subiu, desceu. Os outros ficaram olhando, desconfiados. O Fubá logo deu uma cheiradinha nele, mas não deu muita confiança. Se juntou após outros.
Passaram as horas e eu lembrei que não tenho caixa de areia dentro de casa. Tive que abrir a porta. Fiquei muito receosa dele fugir. E ficamos vigiando. Ele saiu, foi até o muro, subiu, foi pra calçada, cheirou, andou pela grama, pisou na rua e aí pensei: ele vai pegar uma carreira e vai fugir. Ele vai querer procurar sua casa.
Para minha surpresa, depois de uns 15 minutos que ele estava lá pela calçada, apareceu um cachorro que está acostumado a andar pelas bandas de lá. Não faz mal a nenhum gato. O cachorro parou, olhou pra ele, ele olhou pro cachorro e quando o cachorro ameaçou dar o primeiro passo, ele se assustou, miou, se arrepiou e mais que depressa pulou de volta pra nossa casa. Coisa linda! Já estava se sentindo em casa!
E assim foi. Aquela ali já era sua casa no momento que ele saiu da caixa de transporte. Dormiu muito bem a primeira noite, comeu, bebeu água, tudo na mais tranqüila paz. Não houve brigas entre os outros gatos com ele. Não ficaram de chamego, mas não houve rejeição a ponto de brigarem.
No dia seguinte, hora de pensar no nome! Queria seguir a linha café da manhã.
- Qual vai ser agora, Miliane?
-Bom, Fabrício, ele é cinza, escuro. Pensei em Nescau. O que vocÊ acha?
- Nome de gato é com você!
- Ah  já sei!!!! Açaí!! Isso! Açaí! Ele tem cara de Açaí!
E ficou Açaí! No princípio sempre entranho chamá-los por nome de comidas. Mas depois é engraçado. COlocá-los pra dentro a noite é comédia: MIMGAAAU, MEEEEL, FUBÁÁÁÁ, AVEEEEEEEEEIA, AÇAÍÍÍÍÍÍÍ!!! Eeeita, ta pronto o café matinal!!!!
A única coisa que eu estranhei muito e demorei a acostumar foi com o olhar dele. Como ele é paradão, muito calmo, tem um olhar muito marcante. Vez ou outra eu olhava pra ele e lá estava ele, me encarando com aquele olhar sinistro. Fabrício até brincava, falando que depois que a gente ia dormir, ele virava um humano. Mas com o tempo fomos nos acostumando com o jeitão dele, paradão, sempre encarando a gente e os outros gatos. Aveia ficava doida com ele! Quando ele a fitava ela se desesperava, pulava de onde estava, corria, miava. E ele nem saía do lugar. Hoje todos já o toleram. Sem muitas confianças, mas o toleram. O Mingau até hoje não vai com ele. É só ele passar perto do Mingau, olhar pra ele, o Mingau já arruma um escândalo, parece que o Açaí o está matando! O Fubá já está brincando com ele. Eles correm, pulam, se esbarram, derrubam o sofá, e vez ou outra sai uma briguinha depois. Mas a cada dia se torna mais raro.
Ele trouxe um péssimo hábito da rua que é comer carne. Não posso dar mole com carne em cima da mesa ou pia que quando me dou conta ele já está com metade na boca. É um costume que estou lutando e pelejando pra tirar. Uma vez teve um churrasco na casa da frente. Eu e Fabrício estávamos cuidando do jardim, arrumando o quintal e víamos Açaí pulando o muro, indo e vindo. Depois descobrimos que o danado ia lá, se enroscava na perna de um, de outro e ganhava um pratinho de carne. Enchia a barriga voltava e dormia.  Minutos depois acordava, pulava o muro, se enroscava na perna de um, de outro e ganhava outro pratinho de carne. E assim foi a tarde toda! Que vergonha!
A Thaís veterinária disse que ele tem cerca de um ano. Achei, pelos 5kg daquela criatura, que ele tinha uns 2. Como ele veio já grandão, perdi a noção de idade.  Disse também que ele é uma criaturinha muito linda e calma!!! Dei sorte!
Esses dias ela me contou que lá na clínica eles estavam conversando sobre terem um gato. E aí foram falando os gatos modelos que eles queriam ter igual e adivinhem só, o  Açaí foi citado! Meu cunhado me falou uma vez: olha, Miliane, não gosto de gato não, mas esse aqui é bonito, heim! Nossa, como ele é bonitão!
A minha espera valeu a pena! Pela beleza, comportamento, carinho e companheirismo desse meu cinza -pelo-veludo! Mais uma figurinha, para compor o conjunto! Mais um que me conquistou e que já faz parte da minha vida!
Meu gigante bonzinho!!!!


Texto escrito no dia do amigo - 20/07/12



Hoje é o Dia Internacional do Amigo. Então, nada melhor do que falar deles. Nossos fiéis amigos peludos. No meu caso, peludos e felinos.
Como é gostoso ter essa relação com os animas. Como é gostosa a forma como eles demonstram lealdade, amizade, companheirismo, carinho, proteção para com seus donos. E há quem diga que com gato não acontece assim. Grande equívoco! Lá em casa acontece totalmente o contrário do que pensam a respeito do egoísmo e interesse felino. E tenho certeza de que nas casas onde têm gatos também acontece diferente.

O nosso dia a dia é muito corrido. Durante a semana, na maioria dos dias saímos as 07h30min da manhã e só voltamos à noite. Nos finais de semana já é mais tranqüilo, mas ainda assim acontece de ter dias corridos
Acordo e a primeira coisa que acontece quando abro a porta do quarto é dar de cara com os cinco filhotes, todos sentados, ou perambulando pela porta. Eu me abaixo para falar com eles e eles miam, ronronam, se enroscam em minhas pernas, entram no quarto, às vezes sobem na cama, lambem o Fabrício, miam, miam, deitam no chão e rolam e logo partem pra cozinha, porque nessa hora estou colocando a ração, água, e todos vão tomar o café matinal.
Passamos o dia fora, e, quando chegamos à noite, é uma alegria. Quase sempre a cena se procede da seguinte forma: estacionamos o carro em frente à casa. Puxamos o freio do carro e a Aveia já está perto, ou na calçada ou em cima do murinho da casa nos olhando. Mel vem lá de cima da rua, correndo e miando. Mingau vem do terreno da frente ou de trás da casa. O Fubá e o Açaí estão atrás no quintal, esperando a gente abrir o portão, deitados e rolando no chão.
E o procedimento da manhã quase se repete a noite, passo a passo: Entramos em casa,  falamos com eles e eles miam, ronronam, se enroscam em nossas pernas, sobem no sofá e lambem o Fabrício, deitam e rolam no chão. Perguntamos como foi o dia, quem apareceu, quem sumiu e eles miam, miam, como se respondessem! E logo partem pra cozinha porque estou lá, cuidando da ração e água. Sento no sofá e fico olhando os cinco filhotes comendo, bebendo água. Quando terminam, cada um vai para um cantinho da cozinha/ sala tomar seus banhos. Eles chegam perto de nós, dão algumas miadas, alguns “prrruuuuss” e barulhinhos e logo partem pra suas aventuras e brincadeiras noturnas.
Já aconteceu de duas vezes eu chegar em casa doente e todos eles ficarem em volta de mim. A primeira vez teve até briga pra ver quem deitava encostado em mim na cama. Tive que esticar meu braço para cada um deitar a cabecinha nele. Nessa época só tínhamos três gatos. Mês passado aconteceu  a mesma coisa. Cheguei do hospital, deitei na cama e quando olhei, em questão de segundo, os cinco deitadinhos pertinho de mim, me olhando, me protegendo. Esses dias o Açaí botou um gato da rua que bate muito neles pra fora a “pontapés”. Quando fui pra porta olhar o que tinha acontecido, o gato saiu correndo e o Açaí veio até minhas pernas, sentou em meus pés e ficou olhando, esperando o gato sair do quintal. Meu protetor! Meus amigos!
É tão gostoso cuidar de cada um deles e sentir o carinho, o agradecimento, cada um na sua maneira que já conhecemos bem! Sentir que o sentimento de cuidado, de carinho é recíproco. Isso me surpreende a cada dia porque nunca imaginei que os gatos fossem assim. E ali eu os agradeço por serem criaturinhas tão especiais, por esse momento de cuidado ser muito especial no meu dia e por fazerem das nossas vidas bem mais alegres.

"Cadim de cada um - Parte 3" - Fubá, o meu Gato de Botas!




Continuando a contar como cada um chegou até nós, hoje é a vez do Fubá, meu amarelinho!
O Fubá é um gatinho muito especial. Muito mesmo. Ele tem uma personalidade única! Quando ele chegou lá em casa já tínhamos a Aveia, o Mingau e a Mel. A Aveia estava em sua segunda ninhada. E a história começa assim.
Um dia em Cabo Frio, vi, pela primeira vez ao vivo, um gato amarelo!
-"FABRICIOOOO, QUE GATO LINDOOOOOO!"
-"Ihhhh, pronto! Não vai prestar!"
A minha mãe teve uma gata amarela, que teve filhotes amarelos. Fabrício teve um gato amarelo. Todos eles falavam desses gatos com tanto brilho tamanha era sua lindeza. E eu nunca tinha visto um ao vivo. Aaaah, depois que vi...
-"Quero um gatinho amarelo!”.
-"Mas e o russo? A "vaga" não é dele?”.
-"Xii, e agora? Bom, o que aparecer primeiro. Ah não, quero amareeeeeelo!"
Poucos meses depois, recebo um email de uma amiga, Sheila, nos caçoando com um filhote pra adoção (nota: meus amigos me caçoam demais, falando que eu vou ser a mulher dos 150 gatos!). No corpo do email ela dizia: "Miliane e Fabrício, querem? huahuahuahua" e abaixo a história do amigo dela que achou o filhote e a foto delezinho.
-"UM FILHOTE AMARELO??"
Eu e Fabrício respondemos o email dizendo "QUEREMOS!" E a Sheila assustada nos responde:
"sério? Já não tem demais não?"
E aí veio o Fubá. Ele tinha no máximo uns 40 dias de nascido. Foi achado no meio do lixo, no chorume, pelo amigo da Sheila, que passeava com a filha. Pegaram, deram banho, trataram dele e estavam dando pra adoção.
Ele chegou pra nós limpinho, sem muitas pulgas, mas com um barrigão enorme de verme. Levamos ao veterinário, tratamos dele logo depois ele teve uma infecção no sangue. Deu-nos um susto! Um gato alegre que, de repente, ficou amuado no sofá com febre. Mas graças a Deus a tia Thais da PetClin cuidou muito bem dele e ele voltou a ser o brincalhão de sempre.
Ele não teve muito problema de adaptação não. A Aveia, que é a mais cri-cri, estava amamentando e no mesmo dia o adotou e ele tampou no peito dela pra mamar. Mingau, como sempre o paizão, até compra briga por ele. Só a Mel que demorou. Deu até uma bela surra nele uma vez. Mas agora já brincam e bagunçam juntos.
Ele é a graça da casa. Para ele não tem tempo ruim, tudo está bom. No começo não ouvíamos miar. Era só um gemidinho de boquinha fechada. Agora, na espera para castrá-lo, entrou no cio e mia, mia, miia, miiiiiiiiaaa que dá dó! Fica dentro de casa na miação. Até namoradinha arranjou!
Uma das coisas que ele mais gosta de fazer e ir até o Fabrício, lamber o cabelo molhado e se jogar no colo dele. E ali ele dorme, ronrona, ronca até não poder mais. Quando faz alguma arte, ele lança seu poder de sedução com aquela carinha mais fofa que existe e não há quem resista. O sofá lá de casa não para em pé por causa dele. Ele ta tão grande que, quando ele vem correndo e pula no sofá, esse não agüenta e despenca com tudo no chão! E ele, lógico, continua sua travessura pulando em cima dos outros gatos, embolando tapete e correndo de volta pra fora. Os outros gatos ficam parados, com olhos arregalados como quem diz: “hã? O que aconteceu?”
Uma vez trouxe uma barata viva de presente e eu quase surtei! Ele tem essa mania. Mais que os outros até! Não caça bicho não, leva para dentro de casa. Chego a desconfiar que exista amizade ali... eu heim, Fubá!
Mas que criaturinha mais divertida, mais gostosa, mais linda é o Fubá! Que sorte a nossa tê-lo conosco!!

*Na foto abaixo uma montagem divertida que eu fiz. E como costumo dizer qualquer semelhança é apenas... semelhança!

"Cadim de cada um - Parte 2" - Mel, minha Siamesa mestiça!!



"Eu escolhi meus donos"

Quando a Mel chegou em nossas vidas, já tínhamos a Aveia e o Mingau. E o nosso encontro foi inesquecível.
Primeiramente quero deixar claro que sou contra a venda de animais e totalmente contra as lojas dessa prática. Acho um absurdo como são tratados, virando a noite engaiolados, tumultuados e abandonados. Não sei como ainda não ocorreu a apreensão nessa referida loja do texto abaixo.
Em dezembro de 2010, Fabrício e eu estávamos andando pela rua quando passamos em frente a uma loja de animais. Olhamos para a loja e acabamos entrando para ver uns filhotes de cães da raça Labrador que estavam em uma gaiola, em cima de uma gaiola de filhotes de gato siamês. Enquanto estávamos mexendo e brincando com os cães, senti alguma coisa abraçando minha perna. Qual não foi minha surpresa ao olhar e ver um gatinho, o único mestiço da gaiola abaixo com a carinha colada na grade e que tinha passado seus bracinhos por elas, abraçando minhas pernas.
Fiquei emocionada na hora! Até me esqueci dos cãezinhos. Virei para o Fabrício:
- Fabrício! Olha isso! Ele ta segurando minhas pernas!
Nessa hora entrou um casal na loja e precisava nos separar para passar. Eu me afastei e o gatinho também. O casal passou. Aproximei-me da gaiola novamente e o gatinho repetiu o gesto, abraçando novamente minha perna.
- Fabrício! Olha! Outra vez!
- To vendo! E eu já imagino onde isso vai dar...
O dono da loja se aproximou, olhando a cena:
- Isso que é a exata expressão de que o bicho escolhe o dono!
Brinquei com o gatinho, ele segurou minha mão, miou, olhou pra mim, me lambeu, mas me despedi dele e fui embora. Estávamos atrasados para um ensaio de uma peça teatral que estávamos participando. E, como não somos a favor de comprar animais, nem passou pela cabeça do Fabrício comprar aquele gatinho. Mas na minha sim. Não sei explicar, mas eu queria aquele gatinho. E queria porque era ele e não só um gato. Era ele. Fui até o teatro pensando nele, em seu gesto tão sensível, único.
Fabrício me olhou e sabia no que eu estava pensando.
- É o gatinho, não é?
- É sim. Você viu, ele abraçou minha perna, Fabrício! Nunca vi isso!
- É, eu também não!
E fomos para o ensaio. Chegamos lá, contei a história para nossos amigos, todos ficaram impressionados com a atitude do felino. E eu não parava de pensar nele.
Ainda tínhamos tempo, nós estávamos todos em roda, conversando, esperando o ensaio começar. E eu ainda pensando no gatinho. Olhei para o Fabrício, ele me olhou, e, de onde estava, mexeu com os lábios:
- Quer o gatinho?
Eu, na mesma hora respondi, também mexendo os lábios.
- Você compraria?
- Nesse caso sim. Ele é especial.
- Será que a loja ainda está aberta?
Então ele virou-se para dois de nossos amigos e os chamou pra ir com ele até a loja. E foram os três buscar aquele novo amigo.
Fiquei do lado de fora, esperando-os, com ansiedade. Eles chegaram com uma caixinha de sapato toda furada.
- Mili, é uma gatinha!
Eu a peguei, ela nos olhou, miou e se aconchegou no meu colo. E ali criamos um laço que se intensifica a cada dia.
Mel é única até hoje. Ela e o Mingau criaram um laço tão forte que é lindo ver os dois em seus momentos de carinho. É uma gata que fica na dela, mas tem um jeitinho todo especial de demonstrar amor a nós: se enrosca em nossos pés, abraçando-os ou se jogando no chão com a barriguinha pra cima. Encanta-nos com sua beleza e fofura! Adoramos vê-la dormindo com suas poses mais engraçadas. É a nossa princesinha! Ela realmente nos escolheu naquele dia.

"Cadim de cada um - Parte 1" - Hoje, Mingau e Aveia

Tudo começou em setembro de 2010. Estávamos prestes a nos casar, quando escutei a frase: vamos ter um gato? UM GATO? Mas eu nunca tive um gato e, confesso nunca me encheu os olhos. Já tive um cachorro mestiço de Pinscher com Chiuaua que viveu com a minha família durante 12 anos. Quando morreu foi uma choradeira daquelas! Mas gato?? Bom, tudo bem. Gato não dá trabalho e dizem que não se apega aos donos, então não vou sofrer quando morrer. Ok. Tudo bem.
Mas aí... - "vamos ter DOIS gatos?" -" DOIS?????" -"É, são irmãos, e é bom que um faz companhia pro outro, já que não paramos muito em casa!"
Fabrício sempre foi apaixonado por gatos. Desde crianças. Já perdi a conta de quantos nomes de gatos já ouvi em meio as suas histórias. – " Vai, tudo bem! Mas você vai cuidar da higiene deles, está ouvindo?" Depois de decididos e acordados, adotamos o casalzinho de irmãos. Mingau e Aveia, da raça Pelo Curto Brasileirinho, mesclados.
Os nomes Mingau e Aveia vieram da Turma da Mônica, da qual sou fã número 0. É o gatinho da Magali e sua namoradinha. Enfim, e lá fomos nós buscar os dois.
Fomos lá na casa da Thais buscá-los. Paixão a primeira vista. Tanto que o Mingau nem viria, iria ser uma outra irmãzinha, mas Fabrício a chamou de Morceguinha e bateu os olhos no Mingau (esse "apelido" me envergonha até hoje. Desculpa pela vergonha, Thais rsrs). Tamanha foi nossa paixão que a Thais se compadeceu e nos deu os dois. Iguaizinhos. Tanto que demorou pra sabermos quem era quem. Como irmãos gêmeos sabem?
 Ficaram na nossa casa mais ou menos um mês sozinhos, visto que não havíamos nos mudado. Não se preocupem, ficávamos lá quase o tempo todo cuidando deles. Todos os dias. "Mobiliamos" a casa pra eles. À noite, dormiam na nossa cama. Sozinhos. Mas era só amanhecer que já tinham companhia. Às vezes com um de nós dois ou nós dois e mais irmãos, mães, amigos etc. Dias depois, nos casamos e nos mudamos para a casa deles (nessa altura, já tínhamos perdido o título de “donos da casa”).
Puxa vida! Doce ilusão de quem pensa que gato não se apega! Em uma semana na casa já nos aguardavam chegar de manhã. Logo passaram a atender pelos nomes. Mas obediência só a Fabrício! Aveia sempre foi bem mais calma, mais carente, exigente de carinho. Sempre colocando sua cabeça em nossas mãos e miando por carinho. Mingau, o amigão de todas as horas. Deitava enrolado nas nossas pernas, braços. Até que ele pegou a mania de dormir enroscado em meus cabelos. Quase se perdia lá. E ronronava tão alto que eu nem conseguia dormir! Hoje, com quase dois anos, mudaram um pouquinho... Aveia já não é mais tão calma como antes. Aliás, não é nada calma, desde que a Mel foi lá para casa. Mas isso conto depois. Mas é a mesma carinhosa e manhosa de sempre, que se embola em nossas pernas pedindo carinho. E o Mingau, a cada dia que passa se torna cada vez mais o companheirão de sempre. Amigo de todos os gatos, tiozão camarada dos filhotes que passaram por lá em casa. De vez enquanto apronta por causa do ciúme, mas, cá entre nós e que nenhum deles me ouça, acho que ele é o xodó lá de casa! Nossos e dos seus companheiros felinos!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Companheiro!

Esses dias eu ouvi de um amigo nosso que ele não gostava de gatos porque os considerava seres falsos, interesseiros. Eu perguntei se ele já tinha tido gatos e ele disse não. Eu o entendi, porque, antes de ter os filhotes também pensava dessa maneira.
Mas é uma delícia a cada dia descobrir como os gatos são amigos e fiéis aos donos. O Mingau, por exemplo, deu pra fazer agora uma coisa inusitada! Duas vezes ele nos acompanhou até a vendinha daqui do condomínio onde moramos. A primeira vez, ele nos viu saindo e ficou olhando, no meio da rua em frente a casa pra gente descendo. Não agüentou e veio atrás, miando e andando. Nos acompanhou ao nosso lado, até quase a vendinha. Mas, como ele não estava acostumado, se assustou com um grupo de garotos, que vinham do campo, conversando, batendo bola. Deu meia volta, mas olhava pra trás, miando pro Fabrício. E Fabrício teve que levá-lo ate em casa!
Na outra vez, ele estava deitado dentro de casa, Fabrício e eu saímos pra vendinha. Ainda chamei: “Mingau, vamos?” mas não o esperamos. Quando já estávamos na rua, ele aparece pulando a janela, miando, vindo atrás da gente. Dessa vez fomos por um caminho menos movimentado e foi tranqüilo. Parava, cheirava, a gente chamava ele prosseguia.
Cortamos caminho por um morrinho e ele estranhou. Nós já estávamos em baixo, ele parou no meio do morrinho, e começou a miar, nos chamando. Não descia e também não subia pra voltar. O chamamos, com carinho, calma, e lá veio ele, descendo, com medo, mas descendo, até chegar pertinho da gente e se enroscar nas nossas pernas. Como era perto da venda e lá não pode entrar animais, Fabrício ficou com ele ali e eu fui comprar o que precisava. Lá da vendinha eu o via ganhar confiança e brincar na rua. Mas não saía de perto do Fabrício. As vezes Fabrício me apontava, mostrando ao Mingau, e ele vinha pro meio da rua, se esticava pra me olhar e voltava a brincar.
Quando voltei da venda e fui até eles, Mingau estava em cima de um muro perto, brincando. “Mingau, vamos embora?” Ele nos olhou, desceu e nos acompanhou até em casa. Chegando lá, os outros quatro estavam na porta, e ele entrou, numa pose triunfante. E os outros foram atrás dele. Imagino se não foram pra perguntar “e aí? Como foi lá? Você foi até lá embaixo, cara? Uau!” E ele, claro, contando vantagem! Ah minha imaginação com as falas deles!
Nunca vi e nem ouvi história de gatos que fazem isso. Bem que Fabrício vive dizendo que esses gatos são diferentes de todos os que ele já teve! E olha que foram muitos! Eu fiquei tão encantada com esse comportamento do Mingau, que conto toda vez que ouço alguém falar que gatos não se apegam aos donos. Acho que, na verdade, são alguns donos que não se deixam apegar!

sexta-feira, 20 de abril de 2012

A flautista do Horto!

 “... começou a andar pelas ruas e, enquanto passeava, tocava com sua flauta uma melodia maravilhosa, que encantava aos ratos, que iam saindo de seus esconderijos e o seguiam...”
O Flautista de Hamelin – Irmãos Grumm

Acho que todo mundo já ouviu essa história, ou pelo menos o nome Flautista de Hamelin. A história fala de uma cidade que estava infestada de ratos, então a população decidiu chamar um encantador pra livrá-los da peste. No meu caso é diferente. Não sou uma flautista, ainda estou estudando e muito menos encantadora de alguma coisa! Mas tenho os gatos mais figuras do mundo! E isso com certeza dá um conto e tanto.
A princípio, desde quando os primeiros gatos foram lá pra casa, sempre tive receio de tocar a minha flauta transversa. Sempre ouvi dizer que gatos têm ouvidos sensíveis e o mínimo barulho os incomoda muito. Então, eu a pegava, tocava algumas notas, mas logo a guardava. Não queria incomodá-los. Não que eu tenho essa frescura toda de deixar de fazer as coisas por conta deles. Mas é que gato demora pra estressar, mas quando estressa... preferia evitar a fadiga!
A minha surpresa foi quando resolvi pegar mesmo a flauta e tocar. A Aveia estava dormindo no meu quarto junto com o Mingau e o Fubá e a Mel estavam no jardim, na parte de trás da casa. Eu estava tocando na sala, acompanhando um cd, não fazia nem um minuto que eu estava tocando, quando olhei para os meus pés e estavam todos os quatros, deitados, me olhado. Coincidência. Eles vieram um pouco antes de eu começar a tocar, assim pensei.
Num outro dia, todos fora da sala, eu estava encostada na parte de trás do sofá com minha flauta. Dei a primeira nota, a segunda, quando fui dar a terceira, virei e esbarrei no Fubá, em cima do encosto do sofá, tão próximo a flauta.
E por ultimo, em um sábado de manhã, solzinho gostoso lá fora, todos os gatos estendidos no jardim, pegando uma fresca, um solzinho. Sentei na cadeira e comecei a tocar minha flauta. Fabrício me chama, e aponta pra baixo. Novamente todos os gatos deitados aos meus pés, me olhando! Dessa vez continuei pra ver até onde eles iriam. Continuaram ali mesmo. Eu parava, eles me olhavam e levantavam. Eu voltava a tocar, eles vinham e deitavam. Eu andava pela casa tocando, eles me acompanhavam. O tempo todo em que toquei, eles permaneceram ao meu lado.
“Opa! Fabrício! Sou a flautista do Horto! Eu toco, eles me acompanham! Ai que liiiiiindos!!!”
E aí, todos eles saíram correndo porque, a essa altura, eu já tinha largado a flauta e apertado aqueles que não escaparam a tempo.
Mas resolvi não estender essa experiência. Não pelos meus filhotes. Não! Adorei vê-los todos a minha volta, ouvindo o doce som da flauta. Parei porque, vai que a moda pega e começam a aparecer gatos de toda vizinhança? Não teria coragem de lançá-los ao precipício, como fez o Flautista de Hamelin. Aí seria um “Deus nos acuda” só! Eu teria que pegar outro instrumento, tocar um som bem pavoroso pra ver se afugentaria todos os gatos! Inclusive os meus!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Eu escolhi meus donos.

Eu mandei essa história pra revista Seleções, pra seção Pet Love. Vamos ver se será selecionada!

“Eu escolhi meus donos”

Já tínhamos um casal de gatos (Mingau e Aveia) quando a Mel chegou a casa. E o nosso encontro foi inesquecível.
Em dezembro de 2010 meu marido e eu fomos, passando em frente a uma loja de animais, entramos para ver uns filhotes de cães da raça Labrador que estavam em uma gaiola, em cima de uma gaiola de filhotes de gato siamês. Enquanto estávamos mexendo e brincando com os cães, senti alguma coisa abraçando minha perna. Qual não foi minha surpresa ao olhar e ver um gatinho, o único mestiço da gaiola abaixo com a carinha colada na grade e que tinha passado seus bracinhos por elas, abraçando minhas pernas.
Fiquei emocionada na hora! Até me esqueci dos cãezinhos. Virei pro meu marido:
- Fabrício! Olha isso! Ele ta segurando minhas pernas!
Nessa hora passou entrou um casal na loja e precisava nos separar para passar. Eu me afastei e o gatinho também. O casal passou. Aproximei-me da gaiola novamente e o gatinho repetiu o gesto, abraçando novamente minha perna.
- Fabrício! Olha! Outra vez!
- To vendo! E eu já imagino onde isso vai dar...
O dono da loja se aproximou, olhando a cena:
- Isso que é a exata expressão de que o bicho escolhe o dono!
Brinquei com o gatinho, ele segurou minha mão, mas me despedi dele e fui embora. Estávamos atrasados para um ensaio de uma peça teatral que estávamos participando. Como não somos muito a favor dessas lojas de animais, pela exposição que elas submetem os bichos,( inclusive, não sei como essas lojas não são fiscalizadas) não compramos animais, adotamos. Então nem passou pela cabeça do Fabrício comprar aquele gatinho. Na minha sim. Fui até o teatro pensando nele, em seu gesto tão sensível, único.
Fabrício me olhou e sabia no que eu estava pensando.
- É o gatinho, não é?
- É sim. Você viu, ele abraçou minha perna, Fabrício! Nunca vi isso!
- É, eu também não!
E fomos para o ensaio. Chegamos lá, contei a história para nossos amigos, todos ficaram impressionados com a atitude do felino. E eu não parava de pensar nele.
Ainda tínhamos tempo, nós estávamos todos em roda, conversando, esperando o ensaio começar. E eu ainda pensando no gatinho. Olhei para o Fabrício, ele me olhou, e, de onde estava, mexeu com os lábios:
- Quer o gatinho?
Eu, na mesma hora respondi, também mexendo os lábios.
- Você compraria?
- Nesse caso sim. Ela é especial.
- Será que a loja ainda está aberta?
E ele virou-se para dois de nossos amigos e os chamou pra ir com ele até a loja. E foram os três buscar aquele novo amigo.
Fiquei do lado de fora, esperando-os, com ansiedade. Eles chegaram com uma caixinha de sapato toda furada.
- Mili, é uma gatinha!
Eu a peguei, ela nos olhou e ali criamos o laço que se intensifica a cada dia.
Mel é única até hoje. Ela e o Mingau criaram um laço tão forte que é lindo ver os dois em seus momentos de carinho. É uma gata que fica na dela, mas tem um jeitinho todo especial de demonstrar amor a nós: se enrosca em nossos pés, abraçando-os. Encanta-nos com sua beleza e fofura! Adoramos vê-la dormindo! Ela realmente nos escolheu naquele dia.

Fubá, el grande gato!

O Fubá... aaah o Fubá... também chamado, carinhosamente de Fubs, Fubaziniu, Babazinho, Loirinho, Godão. Ô gato atentado! Se existe gato com hiperatividade, prazer, lhe apresento um!
Ele simplesmente não para um minuto! Só no sono pesado, porque até nos cochilos, ele se mexe e implica com a mão da gente, ou o que estiver perto.
Se deixarmos alguma coisa no chão, ou em algum canto, se bobear, quando olhamos de novo, lá está ele tampado nessa coisa, brincando! Adora qualquer coisa que corre, seja vivo ou não!
Quando a gente se compadece deles e deixamos a porta do quarto aberta, que doidera! Todos acham seu cantinho pra dormir pelo quarto. Aveia pra cima da estante de livros, Mel no chão, ao lado da cama, Mingau ou no nosso pé, ou no puff no pé da cama, Açaí no chão, perto da cama e o danado do Fubá, ou pintando com a gente em cima da cama ou com os outros filhotes! E morde, lambe, puxa nossos braços e pernas com as patinhas, pula nas nossas costas. E desce, corre, volta, pula em cima de algum gato, embola com ele, o gato reclama, ele deixa o gato e pula na cama, morde a gente (brincando claro) e mexe no cabelo, e lambe, e desce da cama, corre de novo pela cama, e volta e começa tudo de novo...
- FABRICIO, PELAMORDEDEUS, TIRA ESSE GATO DAQUI! CHEGA! TODO MUNDO PRA FORA!
Por que não posso fechar a porta do quarto e deixá-los lá dentro. E a necessidade que vos chama pra fora? Pois é! Então, todo mundo leva o raio!
Sintam como é! Esses dias eu já estava dormindo e Fabrício, sem sono, vendo filme. Açaí dormindo ao lado dele, Aveia quieta no outro sofá, Mel no jardim passeando e... ué? Cadê Fubá e Mingau?
De repente, quase as duas da manhã, um enorme barulho! Fabrício, assustado saiu no quintal pra ver o que estava acontecendo. Quando foi pro jardim, deu de cara com os vizinhos da rua de cima, na parte de trás da casa deles, que dá com a parte de trás da nossa casa. De pijamas e assustados explicaram pro Fabrício o que tinha acontecido. E adivinhem?? Sim, ele. Fubá e Mingau correndo um atrás do outro, brincando, subiram em cima da tenda que temos no jardim e quebraram a tenda, tombando tudo e todos. Achamo-los? É ruim, heim! A brincadeira não podia acabar. E continuaram com a algazarra, correndo pelo quintal. Fabrício de desculpou com os vizinhos e voltou pra dentro de casa. Só fiquei sabendo do ocorrido no dia seguinte. Senão, seriam três correndo pelo jardim!
Mas ele é uma graça! Nosso xodó! Nosso bebezinho! Dá bem com todo mundo, pra ele não tem tempo ruim! No primeiro dia do Açaí lá em casa, já lhe deu uma lambida no focinho. A criançada que passa em frente a casa já o chamam de Garfield e ele todo derretido, rola no chão.
Lembro quando ele chegou a nossa casa, barrigudo e magrelo que só! Fizemos um bom tratamento com vermífugo, depois demos vitamina e logo depois teve uma infecção no sangue. Até febre o bichinho teve. Quando o vimos deitado o dia inteiro, dormindo, quietinho, lentinho, sabíamos que tinha algo errado. Já era a febre. Fizemos outro bom tratamento. Tia Thais Muniz de olho nele. Mas graças a Deus e a tia Thais, se recuperou logo e voltou a ser o Fubá de sempre! Ui... o Fubá de sempre! Com saúde! Muuuuuuita saúde!
Mas confesso que tenho medo dele perder esse jeitinho depois de castrá-lo. Espero que, como os outros, ele continue assim, brincalhão! Espero mesmo!
Eu não me contive em aprontar com ele também. Fiz algumas montagens com as fotos dele. Ate que ficaram boas! Pena que ele não entende. Também, se entendesse, era capaz de me pedir um quadro com as fotos, pra por lá em casa! Ah Fubá...



terça-feira, 20 de março de 2012

Assunto sério!

Hoje irei falar sobre dois assuntos: abandono e adaptação do animal. Semana passada adotamos mais um filhote. Na verdade nem tão filhote assim, o que aumenta mais ainda minha revolta. Acharam ele na rua, magro, sujo e o pessoal do Pró-Animal me perguntou se Fabrício e eu queríamos adotar. Não pensamos duas vezes. Lindo, da raça Chartreux, puro.  Eu chutei a idade dele uns dois ou três anos. Muito calmo, carinhoso e obediente. Colocamos o nome de Açaí.
Como alguém pode abandonar um animal na rua depois de conviver com o bichinho por um ou dois anos ou mais? Quando entramos em sites de adoção ou campanha, na maioria das vezes encontramos uma advertência: ao adotar lembre-se que o animal vive, em média 12 anos. Ou seja, você conviverá com esse ser por 12 anos, mais ou menos. Você será responsável por essa vida por 12 anos. Você terá um companheiro, um amigo fiel, infelizmente, só por 12 anos. E qualquer pessoa que gosta de animal sabe disso. Que eles vivem cerca de 12 anos. Por que abandona? Ou melhor, por que adota, ou compra se não tem certeza se vai querer continuar com ele quando não for mais filhotinho e não fizer mais as gracinhas? Ou quando surge a viagem de férias onde não pode levá-lo? Ou quando chega mais um animal e não pode ter os dois? Quando Fabrício e eu começamos a aventura da adoção sabíamos disso. Inclusive foi a primeira coisa que o Fabrício me falou quando decidimos. Uma covardia e tanto abandonar o animal.
A primeira noite do Açaí lá em casa ele chorou tanto, mas tanto que os nossos outros filhotes ficavam em volta o observando. Por um momento pensei: meu Deus! Esses animais irracionais são mais solidários que os humanos que o abandonaram! Bicho sofre. E gatos, diferente do que falam, são apegados aos donos sim, não só a casa. E o abandonado perde esses dois.
Além de ser uma tremenda covardia, isso também é crime. Nos EUA, quando acham um animal abandonado, a equipe de resgate caça a pessoa que o abandonou e a prende. Sinceramente não sei com funciona no Brasil, mas sei que podemos denunciar tanto abandono como maus tratos. “A principal lei que protege os animais é a Lei Federal 9.605/98, que trata dos crimes ambientais. Em seu artigo 32 ela diz que "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos" tem pena de três meses a um ano de prisão e multa, aumentada de um sexto a um terço se ocorrer a morte do animal. São considerados maus-tratos abandonar, espancar, envenenar, não dar comida diariamente, manter preso em corrente, local sujo ou pequeno demais os animais domésticos, entre outras práticas (http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI2214446-EI306,00-Abandono+de+animais+cresce+ate+nas+ferias.html)
Lógico que todo caso há exceção. Há casos do dono realmente não poder ficar com o animal. Um motivo realmente plausível. Nesse caso o próprio dono busca ajuda para achar quem possa adotar o seu animal e não o abandona.
Toda vez que olhamos para o Açaí pensamos: quem tem coragem de abandonar um bichano como esse? É muita, muita covardia.
Bom, falando agora sobre a adaptação, graças a Deus foi tudo tranquilo. Enquanto levava o Açaí pra casa só pensava: Meu Deus, como será que os outros filhotes vão recebê-lo? Estava tão preocupada. Pensava que a Aveia ia ter outro siricutico, que o Mingau ia se magoar e não “falar” mais com a gente, que a Mel ia embora de casa. Na verdade do Fubá não pensei nada porque aquele ali qualquer prazer o diverte. Pensei também que o Açaí não ia ficar lá muito tempo, que iria fugir. Acharam ele no bairro Visconde. Eu moro bem mais longe, no Horto. Começamos a viajar.
- Miliane, já pensou se esse gato é o da mulher que mora na rua de cima, que perdeu o dela no ano passado?
- Não é não, Fabricio. O da mulher tinha o olho verde. Ele tem olho amarelo.
- Miliane, o olho dele é esverdeado. Acha que devemos ligar pra mulher e chama-la pra ver?
- Fabrício, o Açaí tem olho amarelo! E o dela era bem menor que esse. O dela era igual ao Zoe*. Esse aí é o dobro do Zoe.
- É né! Coitada, perdeu mesmo o gato dela então.
Enfim, chegamos a conclusão de que não era o gato da mulher. Mas outra preocupação me pairava a mente.
- Fabrício, e se pensarem que é o Zoe? Ele não sai lá de casa mesmo. E se acharem que pegamos o Zoe?
- Miliane, esse aí é o dobro do Zoe, não tem como a dona pensar que é ele. E Zoe tem manchinha branca no peito esse não tem.
- É verdade. Vixi! Quando Zoe o ver, vai ficar doido!
E o Açaí, que nessa hora ainda não tinha nome, só nos olhava através da gradezinha da caixa de transporte, no banco de trás do carro, ao lado da minha mãe que vinha falando: - geeeente, esse gato é enoooorme, tão quietinho, tadinho! E, às vezes, dava lá o seu miado fininho e baixinho.
Chegamos em casa, só abrimos a porta da caixa dentro de casa, com as portas fechadas pra ele não sair. Nenhum filhote o viu. Vieram brincar conosco, miaram, ronronaram, rolaram no chão, e ele quietinho ao lado do sofá. Quando o viram, Mel zarpou pra fora. Aveia foi pra debaixo da escrivaninha. Fubá, medroso que só, ficou encostado na parede, com o olho arregalado olhando, imagino que se perguntando “quem era aquele, meu! Ta doido! ” E o Mingau, lógico, rei do pedaço, ficou todo em pose de alerta, de bote, com o pescoço esticadinho, e soltando o seu “MINHÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉUUUUUUUUUU”.
E assim foi a noite inteira. Não se bateram, só miaram um pro outro. Mel e Aveia às vezes riscavam fósforo pra ele, e ele também respondia da mesma forma. Mel demorou pra chegar perto do local onde ele estava, não era nem perto dele, era do local mesmo. Se ele estava na cozinha, comendo, ela nem passava na porta da cozinha. Agora eles já ficam no mesmo cômodo. Fubá já o está lambendo, cheirando. Mingau também já chega perto, sendo que ainda solta uns miados. Aveia também o tolera, mas não tira o olho dele. E ele, esguio, calmo, sereno, responde com miados longos, mas sempre na dele. Não sei se os verei correndo pela casa porque o Açaí é realmente muito calmo, mas com certeza não demora muito para estarem todos dormindo, comendo e brincando juntos. Graças a Deus!
* Não sei se já cite o Zoe aqui. Zoe é o gato russo da Mariana, que mora duas casas acima da nossa. Lindo, ficou amigo dos meus filhotes. É o único que eles aceitam lá em casa. Brinca, dorme lá, mas só não nos deixa por as mãos. É o pai das três ninhadas lá de casa, mas não conseguiu me dar nenhum filhote igual a ele. Agora posso compará-lo ao Açaí, só que um pouco menor. Em breve escreverei um texto só sobre ele.

PS - O Açaí é tudo isso que citei no texto. Mas tem uma coisa que me chama muito a atenção. O olhar dele. É muito sinistro! Fabrício fala que, quando fechamos tudo e vamos dormir, ele toma a forma de humano. Bato nele toda vez que ele fala isso, porque me deixa com mais medo ainda (Rsrs). Segue uma foto dele e seu “olhar sinistro”.