“Eu escolhi meus donos”
Já tínhamos um casal de gatos (Mingau e Aveia) quando a Mel chegou a casa. E o nosso encontro foi inesquecível.
Em dezembro de 2010 meu marido e eu fomos, passando em frente a uma loja de animais, entramos para ver uns filhotes de cães da raça Labrador que estavam em uma gaiola, em cima de uma gaiola de filhotes de gato siamês. Enquanto estávamos mexendo e brincando com os cães, senti alguma coisa abraçando minha perna. Qual não foi minha surpresa ao olhar e ver um gatinho, o único mestiço da gaiola abaixo com a carinha colada na grade e que tinha passado seus bracinhos por elas, abraçando minhas pernas.
Fiquei emocionada na hora! Até me esqueci dos cãezinhos. Virei pro meu marido:
- Fabrício! Olha isso! Ele ta segurando minhas pernas!
Nessa hora passou entrou um casal na loja e precisava nos separar para passar. Eu me afastei e o gatinho também. O casal passou. Aproximei-me da gaiola novamente e o gatinho repetiu o gesto, abraçando novamente minha perna.
- Fabrício! Olha! Outra vez!
- To vendo! E eu já imagino onde isso vai dar...
O dono da loja se aproximou, olhando a cena:
- Isso que é a exata expressão de que o bicho escolhe o dono!
Brinquei com o gatinho, ele segurou minha mão, mas me despedi dele e fui embora. Estávamos atrasados para um ensaio de uma peça teatral que estávamos participando. Como não somos muito a favor dessas lojas de animais, pela exposição que elas submetem os bichos,( inclusive, não sei como essas lojas não são fiscalizadas) não compramos animais, adotamos. Então nem passou pela cabeça do Fabrício comprar aquele gatinho. Na minha sim. Fui até o teatro pensando nele, em seu gesto tão sensível, único.
Fabrício me olhou e sabia no que eu estava pensando.
- É o gatinho, não é?
- É sim. Você viu, ele abraçou minha perna, Fabrício! Nunca vi isso!
- É, eu também não!
E fomos para o ensaio. Chegamos lá, contei a história para nossos amigos, todos ficaram impressionados com a atitude do felino. E eu não parava de pensar nele.
Ainda tínhamos tempo, nós estávamos todos em roda, conversando, esperando o ensaio começar. E eu ainda pensando no gatinho. Olhei para o Fabrício, ele me olhou, e, de onde estava, mexeu com os lábios:
- Quer o gatinho?
Eu, na mesma hora respondi, também mexendo os lábios.
- Você compraria?
- Nesse caso sim. Ela é especial.
- Será que a loja ainda está aberta?
E ele virou-se para dois de nossos amigos e os chamou pra ir com ele até a loja. E foram os três buscar aquele novo amigo.
Fiquei do lado de fora, esperando-os, com ansiedade. Eles chegaram com uma caixinha de sapato toda furada.
- Mili, é uma gatinha!
Eu a peguei, ela nos olhou e ali criamos o laço que se intensifica a cada dia.
Mel é única até hoje. Ela e o Mingau criaram um laço tão forte que é lindo ver os dois em seus momentos de carinho. É uma gata que fica na dela, mas tem um jeitinho todo especial de demonstrar amor a nós: se enrosca em nossos pés, abraçando-os. Encanta-nos com sua beleza e fofura! Adoramos vê-la dormindo! Ela realmente nos escolheu naquele dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário