sexta-feira, 23 de março de 2012

Eu escolhi meus donos.

Eu mandei essa história pra revista Seleções, pra seção Pet Love. Vamos ver se será selecionada!

“Eu escolhi meus donos”

Já tínhamos um casal de gatos (Mingau e Aveia) quando a Mel chegou a casa. E o nosso encontro foi inesquecível.
Em dezembro de 2010 meu marido e eu fomos, passando em frente a uma loja de animais, entramos para ver uns filhotes de cães da raça Labrador que estavam em uma gaiola, em cima de uma gaiola de filhotes de gato siamês. Enquanto estávamos mexendo e brincando com os cães, senti alguma coisa abraçando minha perna. Qual não foi minha surpresa ao olhar e ver um gatinho, o único mestiço da gaiola abaixo com a carinha colada na grade e que tinha passado seus bracinhos por elas, abraçando minhas pernas.
Fiquei emocionada na hora! Até me esqueci dos cãezinhos. Virei pro meu marido:
- Fabrício! Olha isso! Ele ta segurando minhas pernas!
Nessa hora passou entrou um casal na loja e precisava nos separar para passar. Eu me afastei e o gatinho também. O casal passou. Aproximei-me da gaiola novamente e o gatinho repetiu o gesto, abraçando novamente minha perna.
- Fabrício! Olha! Outra vez!
- To vendo! E eu já imagino onde isso vai dar...
O dono da loja se aproximou, olhando a cena:
- Isso que é a exata expressão de que o bicho escolhe o dono!
Brinquei com o gatinho, ele segurou minha mão, mas me despedi dele e fui embora. Estávamos atrasados para um ensaio de uma peça teatral que estávamos participando. Como não somos muito a favor dessas lojas de animais, pela exposição que elas submetem os bichos,( inclusive, não sei como essas lojas não são fiscalizadas) não compramos animais, adotamos. Então nem passou pela cabeça do Fabrício comprar aquele gatinho. Na minha sim. Fui até o teatro pensando nele, em seu gesto tão sensível, único.
Fabrício me olhou e sabia no que eu estava pensando.
- É o gatinho, não é?
- É sim. Você viu, ele abraçou minha perna, Fabrício! Nunca vi isso!
- É, eu também não!
E fomos para o ensaio. Chegamos lá, contei a história para nossos amigos, todos ficaram impressionados com a atitude do felino. E eu não parava de pensar nele.
Ainda tínhamos tempo, nós estávamos todos em roda, conversando, esperando o ensaio começar. E eu ainda pensando no gatinho. Olhei para o Fabrício, ele me olhou, e, de onde estava, mexeu com os lábios:
- Quer o gatinho?
Eu, na mesma hora respondi, também mexendo os lábios.
- Você compraria?
- Nesse caso sim. Ela é especial.
- Será que a loja ainda está aberta?
E ele virou-se para dois de nossos amigos e os chamou pra ir com ele até a loja. E foram os três buscar aquele novo amigo.
Fiquei do lado de fora, esperando-os, com ansiedade. Eles chegaram com uma caixinha de sapato toda furada.
- Mili, é uma gatinha!
Eu a peguei, ela nos olhou e ali criamos o laço que se intensifica a cada dia.
Mel é única até hoje. Ela e o Mingau criaram um laço tão forte que é lindo ver os dois em seus momentos de carinho. É uma gata que fica na dela, mas tem um jeitinho todo especial de demonstrar amor a nós: se enrosca em nossos pés, abraçando-os. Encanta-nos com sua beleza e fofura! Adoramos vê-la dormindo! Ela realmente nos escolheu naquele dia.

Fubá, el grande gato!

O Fubá... aaah o Fubá... também chamado, carinhosamente de Fubs, Fubaziniu, Babazinho, Loirinho, Godão. Ô gato atentado! Se existe gato com hiperatividade, prazer, lhe apresento um!
Ele simplesmente não para um minuto! Só no sono pesado, porque até nos cochilos, ele se mexe e implica com a mão da gente, ou o que estiver perto.
Se deixarmos alguma coisa no chão, ou em algum canto, se bobear, quando olhamos de novo, lá está ele tampado nessa coisa, brincando! Adora qualquer coisa que corre, seja vivo ou não!
Quando a gente se compadece deles e deixamos a porta do quarto aberta, que doidera! Todos acham seu cantinho pra dormir pelo quarto. Aveia pra cima da estante de livros, Mel no chão, ao lado da cama, Mingau ou no nosso pé, ou no puff no pé da cama, Açaí no chão, perto da cama e o danado do Fubá, ou pintando com a gente em cima da cama ou com os outros filhotes! E morde, lambe, puxa nossos braços e pernas com as patinhas, pula nas nossas costas. E desce, corre, volta, pula em cima de algum gato, embola com ele, o gato reclama, ele deixa o gato e pula na cama, morde a gente (brincando claro) e mexe no cabelo, e lambe, e desce da cama, corre de novo pela cama, e volta e começa tudo de novo...
- FABRICIO, PELAMORDEDEUS, TIRA ESSE GATO DAQUI! CHEGA! TODO MUNDO PRA FORA!
Por que não posso fechar a porta do quarto e deixá-los lá dentro. E a necessidade que vos chama pra fora? Pois é! Então, todo mundo leva o raio!
Sintam como é! Esses dias eu já estava dormindo e Fabrício, sem sono, vendo filme. Açaí dormindo ao lado dele, Aveia quieta no outro sofá, Mel no jardim passeando e... ué? Cadê Fubá e Mingau?
De repente, quase as duas da manhã, um enorme barulho! Fabrício, assustado saiu no quintal pra ver o que estava acontecendo. Quando foi pro jardim, deu de cara com os vizinhos da rua de cima, na parte de trás da casa deles, que dá com a parte de trás da nossa casa. De pijamas e assustados explicaram pro Fabrício o que tinha acontecido. E adivinhem?? Sim, ele. Fubá e Mingau correndo um atrás do outro, brincando, subiram em cima da tenda que temos no jardim e quebraram a tenda, tombando tudo e todos. Achamo-los? É ruim, heim! A brincadeira não podia acabar. E continuaram com a algazarra, correndo pelo quintal. Fabrício de desculpou com os vizinhos e voltou pra dentro de casa. Só fiquei sabendo do ocorrido no dia seguinte. Senão, seriam três correndo pelo jardim!
Mas ele é uma graça! Nosso xodó! Nosso bebezinho! Dá bem com todo mundo, pra ele não tem tempo ruim! No primeiro dia do Açaí lá em casa, já lhe deu uma lambida no focinho. A criançada que passa em frente a casa já o chamam de Garfield e ele todo derretido, rola no chão.
Lembro quando ele chegou a nossa casa, barrigudo e magrelo que só! Fizemos um bom tratamento com vermífugo, depois demos vitamina e logo depois teve uma infecção no sangue. Até febre o bichinho teve. Quando o vimos deitado o dia inteiro, dormindo, quietinho, lentinho, sabíamos que tinha algo errado. Já era a febre. Fizemos outro bom tratamento. Tia Thais Muniz de olho nele. Mas graças a Deus e a tia Thais, se recuperou logo e voltou a ser o Fubá de sempre! Ui... o Fubá de sempre! Com saúde! Muuuuuuita saúde!
Mas confesso que tenho medo dele perder esse jeitinho depois de castrá-lo. Espero que, como os outros, ele continue assim, brincalhão! Espero mesmo!
Eu não me contive em aprontar com ele também. Fiz algumas montagens com as fotos dele. Ate que ficaram boas! Pena que ele não entende. Também, se entendesse, era capaz de me pedir um quadro com as fotos, pra por lá em casa! Ah Fubá...



terça-feira, 20 de março de 2012

Assunto sério!

Hoje irei falar sobre dois assuntos: abandono e adaptação do animal. Semana passada adotamos mais um filhote. Na verdade nem tão filhote assim, o que aumenta mais ainda minha revolta. Acharam ele na rua, magro, sujo e o pessoal do Pró-Animal me perguntou se Fabrício e eu queríamos adotar. Não pensamos duas vezes. Lindo, da raça Chartreux, puro.  Eu chutei a idade dele uns dois ou três anos. Muito calmo, carinhoso e obediente. Colocamos o nome de Açaí.
Como alguém pode abandonar um animal na rua depois de conviver com o bichinho por um ou dois anos ou mais? Quando entramos em sites de adoção ou campanha, na maioria das vezes encontramos uma advertência: ao adotar lembre-se que o animal vive, em média 12 anos. Ou seja, você conviverá com esse ser por 12 anos, mais ou menos. Você será responsável por essa vida por 12 anos. Você terá um companheiro, um amigo fiel, infelizmente, só por 12 anos. E qualquer pessoa que gosta de animal sabe disso. Que eles vivem cerca de 12 anos. Por que abandona? Ou melhor, por que adota, ou compra se não tem certeza se vai querer continuar com ele quando não for mais filhotinho e não fizer mais as gracinhas? Ou quando surge a viagem de férias onde não pode levá-lo? Ou quando chega mais um animal e não pode ter os dois? Quando Fabrício e eu começamos a aventura da adoção sabíamos disso. Inclusive foi a primeira coisa que o Fabrício me falou quando decidimos. Uma covardia e tanto abandonar o animal.
A primeira noite do Açaí lá em casa ele chorou tanto, mas tanto que os nossos outros filhotes ficavam em volta o observando. Por um momento pensei: meu Deus! Esses animais irracionais são mais solidários que os humanos que o abandonaram! Bicho sofre. E gatos, diferente do que falam, são apegados aos donos sim, não só a casa. E o abandonado perde esses dois.
Além de ser uma tremenda covardia, isso também é crime. Nos EUA, quando acham um animal abandonado, a equipe de resgate caça a pessoa que o abandonou e a prende. Sinceramente não sei com funciona no Brasil, mas sei que podemos denunciar tanto abandono como maus tratos. “A principal lei que protege os animais é a Lei Federal 9.605/98, que trata dos crimes ambientais. Em seu artigo 32 ela diz que "praticar ato de abuso, maus-tratos, ferir ou mutilar animais silvestres, domésticos ou domesticados, nativos ou exóticos" tem pena de três meses a um ano de prisão e multa, aumentada de um sexto a um terço se ocorrer a morte do animal. São considerados maus-tratos abandonar, espancar, envenenar, não dar comida diariamente, manter preso em corrente, local sujo ou pequeno demais os animais domésticos, entre outras práticas (http://noticias.terra.com.br/brasil/noticias/0,,OI2214446-EI306,00-Abandono+de+animais+cresce+ate+nas+ferias.html)
Lógico que todo caso há exceção. Há casos do dono realmente não poder ficar com o animal. Um motivo realmente plausível. Nesse caso o próprio dono busca ajuda para achar quem possa adotar o seu animal e não o abandona.
Toda vez que olhamos para o Açaí pensamos: quem tem coragem de abandonar um bichano como esse? É muita, muita covardia.
Bom, falando agora sobre a adaptação, graças a Deus foi tudo tranquilo. Enquanto levava o Açaí pra casa só pensava: Meu Deus, como será que os outros filhotes vão recebê-lo? Estava tão preocupada. Pensava que a Aveia ia ter outro siricutico, que o Mingau ia se magoar e não “falar” mais com a gente, que a Mel ia embora de casa. Na verdade do Fubá não pensei nada porque aquele ali qualquer prazer o diverte. Pensei também que o Açaí não ia ficar lá muito tempo, que iria fugir. Acharam ele no bairro Visconde. Eu moro bem mais longe, no Horto. Começamos a viajar.
- Miliane, já pensou se esse gato é o da mulher que mora na rua de cima, que perdeu o dela no ano passado?
- Não é não, Fabricio. O da mulher tinha o olho verde. Ele tem olho amarelo.
- Miliane, o olho dele é esverdeado. Acha que devemos ligar pra mulher e chama-la pra ver?
- Fabrício, o Açaí tem olho amarelo! E o dela era bem menor que esse. O dela era igual ao Zoe*. Esse aí é o dobro do Zoe.
- É né! Coitada, perdeu mesmo o gato dela então.
Enfim, chegamos a conclusão de que não era o gato da mulher. Mas outra preocupação me pairava a mente.
- Fabrício, e se pensarem que é o Zoe? Ele não sai lá de casa mesmo. E se acharem que pegamos o Zoe?
- Miliane, esse aí é o dobro do Zoe, não tem como a dona pensar que é ele. E Zoe tem manchinha branca no peito esse não tem.
- É verdade. Vixi! Quando Zoe o ver, vai ficar doido!
E o Açaí, que nessa hora ainda não tinha nome, só nos olhava através da gradezinha da caixa de transporte, no banco de trás do carro, ao lado da minha mãe que vinha falando: - geeeente, esse gato é enoooorme, tão quietinho, tadinho! E, às vezes, dava lá o seu miado fininho e baixinho.
Chegamos em casa, só abrimos a porta da caixa dentro de casa, com as portas fechadas pra ele não sair. Nenhum filhote o viu. Vieram brincar conosco, miaram, ronronaram, rolaram no chão, e ele quietinho ao lado do sofá. Quando o viram, Mel zarpou pra fora. Aveia foi pra debaixo da escrivaninha. Fubá, medroso que só, ficou encostado na parede, com o olho arregalado olhando, imagino que se perguntando “quem era aquele, meu! Ta doido! ” E o Mingau, lógico, rei do pedaço, ficou todo em pose de alerta, de bote, com o pescoço esticadinho, e soltando o seu “MINHÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉUUUUUUUUUU”.
E assim foi a noite inteira. Não se bateram, só miaram um pro outro. Mel e Aveia às vezes riscavam fósforo pra ele, e ele também respondia da mesma forma. Mel demorou pra chegar perto do local onde ele estava, não era nem perto dele, era do local mesmo. Se ele estava na cozinha, comendo, ela nem passava na porta da cozinha. Agora eles já ficam no mesmo cômodo. Fubá já o está lambendo, cheirando. Mingau também já chega perto, sendo que ainda solta uns miados. Aveia também o tolera, mas não tira o olho dele. E ele, esguio, calmo, sereno, responde com miados longos, mas sempre na dele. Não sei se os verei correndo pela casa porque o Açaí é realmente muito calmo, mas com certeza não demora muito para estarem todos dormindo, comendo e brincando juntos. Graças a Deus!
* Não sei se já cite o Zoe aqui. Zoe é o gato russo da Mariana, que mora duas casas acima da nossa. Lindo, ficou amigo dos meus filhotes. É o único que eles aceitam lá em casa. Brinca, dorme lá, mas só não nos deixa por as mãos. É o pai das três ninhadas lá de casa, mas não conseguiu me dar nenhum filhote igual a ele. Agora posso compará-lo ao Açaí, só que um pouco menor. Em breve escreverei um texto só sobre ele.

PS - O Açaí é tudo isso que citei no texto. Mas tem uma coisa que me chama muito a atenção. O olhar dele. É muito sinistro! Fabrício fala que, quando fechamos tudo e vamos dormir, ele toma a forma de humano. Bato nele toda vez que ele fala isso, porque me deixa com mais medo ainda (Rsrs). Segue uma foto dele e seu “olhar sinistro”.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Cuidado todo especial!

Nosso dia a dia é muito corrido. Durante a semana, na maioria dos dias saímos as 07h30min da manhã e só voltamos lá pelas 22h. Nos finais de semana já é mais tranquilo, mas ainda assim, somos rueiros também nesses dias.
Acordo e a primeira coisa que acontece quando abro a porta do quarto é dar de cara com os quatro filhotes, todos sentados, ou perambulando pela porta. Eu abaixo para falar com eles e eles  miam, ronronam, se enroscam em nossas pernas, entram no quarto, às vezes sobem na cama, lambem o Fabrício, miam, miam, deitam no chão e rolam e logo partem pra cozinha, porque nessa hora estou colocando a ração, água, e todos vão tomar o café matinal.
Passamos o dia fora, e, quando chegamos à noite, é uma alegria. Quase sempre a cena se procede da seguinte forma:  estacionamos o carro em frente a casa. Puxamos o freio do carro e a Aveia já está perto, ou na calçada ou em cima do murinho da casa nos olhando. Mel vem lá de cima da rua, correndo e miando. Mingau vem do terreno da frente ou de trás da casa. E o Fubá está no quintal, esperando a gente abrir o portão, deitado e rolando no chão.
E o procedimento da manhã quase se repete passo a passo: eu abaixo para falar com eles e eles miam, ronronam, se enroscam em nossas pernas, sobem no sofá e lambem o Fabrício, deitam e rolam no chão. Perguntamos como foi o dia, quem apareceu, quem sumiu e eles miam, miam, como se respondessem! E logo partem pra cozinha porque estou lá, cuidando da ração e água. Sento no sofá e fico olhando os quatros filhotes comendo, bebendo água. Quando terminam, cada um vai para um cantinho da cozinha/ sala tomar seus banhos. Eles chegam perto de nós, dão algumas miadas, alguns “prrruuuuss” e barulhinhos e logo partem pra suas aventuras e brincadeiras noturnas. É tão gostoso cuidar de cada um deles e sentir o carinho, o agradecimento, cada um na sua maneira que já conhecemos bem! Sentir que o sentimento de cuidado, de carinho é recíproco. Isso me surpreende a cada dia porque nunca imaginei que os gatos fossem assim. E ali eu os agradeço por serem criaturinhas tão especiais. Por esse momento de cuidado ser muito especial no meu dia e por fazerem das nossas vidas bem mais alegres.