quarta-feira, 24 de outubro de 2012

"Cadim de cada um - Parte final" - E ... O Açaí!!



E finalmente... meu  Vira lata –Chartroux!

Já contei como adotei o Mingau e a Aveia, como resgatei a Mel das garras da horrível loja de animais e como adotamos Fubá salvo do lixo. Agora é a vez do meu lindo Chartroux (ok, vira-lata de pelo azul).
Sempre achei a coisa mais linda do mundo o Gato Azul. Seja da raça Chartroux ou o Gato Russo. Mas aquele pelo parecido com veludo, cinza azulado sempre me encantou. E Fabrício ainda me tentava cada vez que perguntava: já passou a mão em algum gato desses? Precisa ver que coisa mais gostosa é o pelo! E eu nunca, sequer tinha colocado a mão em um.  O Zoe, sem vergonha, me tentava também, passava pertinho de mim e quando eu o olhava, ZÁÁÁS! Lá ia ele como um foguete, correndo de mim. E eu nunca consegui acaricia-lo!
A cada chegada de um gato depois do Mingau e Aveia, Fabrício me alertava: olha lá, heim! É a vaga do seu gato Russo! E como pra mim adotar não tem preferência de raça, cor, etc etc etc, sempre concordei em ceder a vaga para os filhotes que precisavam de mim naquele momento. E lógico, não me arrependo de nenhum! Só que, como dois ocuparam a tão única vaga exclusiva do Gato Russo, sabia que, quando ele chegasse, Fabrício não ia se opor.
Até que ele veio... entrei no facebook e vi uma postagem: Fabrício, encontramos um gato igual ao que você queria, o Russo, quer? Era a Thais, que tinha recebido um comunicado da Viviane de que ela (Viviane) o tinha achado. E a linda foto dele, deitadinho. Deitadinho? O gato era um boi! Enorme! Adotar um adulto? Xiiii! Parece complicado! O Quê? Nem me importei com isso! Afobadíssima chamei minha mãe pra ver: MÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃAEEEEEEEE, APARECEUUMGATORUSSOEATHAISTÁAQUIOFERECENDOPROFABRÍCIOEOGATOÉGRANDEEÉLINDOENÃOSEISEOFABRÍCIOVAIQUERERMASEUQUEROELEÉLINDOVEMVEROGATOMAECORREVEMVER!
Minha mãe, assim como vocês ao lerem a frase acima respondeu: O Quê? Fala devagar, menina! Que gato? Quem achou o que! E eu respirei e a expliquei, já ligando pro Fabrício.
- Alô? Fabrício! Viu o post da Thais no seu face?
- Vi! Ia ligar pra você!
- Fabrício, é o Russo! Ele é lindo! Mas é achado? Não tem dono? Ai, minha mãe falou pra gente pegar, porque quem tem quatro, tem cinco !
(Nota da autora no meio do texto: Quero deixar registrado que minha mãe é uma grande incentivadora pra eu ter os 5 gatos. Sempre vinha com aquela frase “ah, se eu morasse em casa teria um monte”. Culpa sua, Dona Milca, culpa sua.)
- Mili, já liguei pra Viviane. Vamos buscá-lo às 18h. Ela falou que temos que ir logo porque os vizinhos dela estão querendo mata-lo. Parece que ele está saindo de casa, como se procurasse sua casa, aí eles não estão gostando muito de ter um gato na rua.
MEEEEOOODEEEEEOOOOOOSSSSSSSSSSSSS!!! MEU RUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUSSO!!!!!!!! Ou Chartroux, na hora não importou a diferença. Aaaai eu teria meu cinziiinha, azulaaaaaado!!!!!
Quando chegou a hora, Fabrício veio me buscar, coloquei minha mãe dentro do carro (incentivou, agora agüenta!) e fomos em busca do meu cinzinha!
E agora? Como seria pega-lo? Avisaram-nos que ele era muito manso, mas fiquei desconfiada, porque ele já era adulto! Será que ele se adaptaria com os outros? Será que ele não iria fugir? E se ele nos avançasse? E se...? E se...?
Chegamos a casa da Viviane e ela já estava no portão com ele. Enorme! Quietinho. Ele estava limpinho, sem pulgas, graças a ela. Entrou na caixa de transporte sem resistência alguma. E lá fomos para casa. Minha mãe foi atrás conversando com ele. E ele quietinho! E eu pensando: quando esse gato abrir a boca pra miar, vai sair um rugido. Até que ele respondeu minha mãe.
Não sei se vocês já viram aquele filme com a Sandra Bullock, “Um Sonho Possível” e lembram do Big Mike, o “Gigante Bonzinho”? Então, é ele. O miado dele saiu de uma forma tão suave, tão aconchegante, que não tinha como ter medo dele, ou achar que ele seria violento com os outros. E não foi!
Quando chegamos em casa, a primeira coisa que fizemos foi fechar as portas e janelas pra ele não fugir. Ele andou pelo espaço, cheirou, subiu, desceu. Os outros ficaram olhando, desconfiados. O Fubá logo deu uma cheiradinha nele, mas não deu muita confiança. Se juntou após outros.
Passaram as horas e eu lembrei que não tenho caixa de areia dentro de casa. Tive que abrir a porta. Fiquei muito receosa dele fugir. E ficamos vigiando. Ele saiu, foi até o muro, subiu, foi pra calçada, cheirou, andou pela grama, pisou na rua e aí pensei: ele vai pegar uma carreira e vai fugir. Ele vai querer procurar sua casa.
Para minha surpresa, depois de uns 15 minutos que ele estava lá pela calçada, apareceu um cachorro que está acostumado a andar pelas bandas de lá. Não faz mal a nenhum gato. O cachorro parou, olhou pra ele, ele olhou pro cachorro e quando o cachorro ameaçou dar o primeiro passo, ele se assustou, miou, se arrepiou e mais que depressa pulou de volta pra nossa casa. Coisa linda! Já estava se sentindo em casa!
E assim foi. Aquela ali já era sua casa no momento que ele saiu da caixa de transporte. Dormiu muito bem a primeira noite, comeu, bebeu água, tudo na mais tranqüila paz. Não houve brigas entre os outros gatos com ele. Não ficaram de chamego, mas não houve rejeição a ponto de brigarem.
No dia seguinte, hora de pensar no nome! Queria seguir a linha café da manhã.
- Qual vai ser agora, Miliane?
-Bom, Fabrício, ele é cinza, escuro. Pensei em Nescau. O que vocÊ acha?
- Nome de gato é com você!
- Ah  já sei!!!! Açaí!! Isso! Açaí! Ele tem cara de Açaí!
E ficou Açaí! No princípio sempre entranho chamá-los por nome de comidas. Mas depois é engraçado. COlocá-los pra dentro a noite é comédia: MIMGAAAU, MEEEEL, FUBÁÁÁÁ, AVEEEEEEEEEIA, AÇAÍÍÍÍÍÍÍ!!! Eeeita, ta pronto o café matinal!!!!
A única coisa que eu estranhei muito e demorei a acostumar foi com o olhar dele. Como ele é paradão, muito calmo, tem um olhar muito marcante. Vez ou outra eu olhava pra ele e lá estava ele, me encarando com aquele olhar sinistro. Fabrício até brincava, falando que depois que a gente ia dormir, ele virava um humano. Mas com o tempo fomos nos acostumando com o jeitão dele, paradão, sempre encarando a gente e os outros gatos. Aveia ficava doida com ele! Quando ele a fitava ela se desesperava, pulava de onde estava, corria, miava. E ele nem saía do lugar. Hoje todos já o toleram. Sem muitas confianças, mas o toleram. O Mingau até hoje não vai com ele. É só ele passar perto do Mingau, olhar pra ele, o Mingau já arruma um escândalo, parece que o Açaí o está matando! O Fubá já está brincando com ele. Eles correm, pulam, se esbarram, derrubam o sofá, e vez ou outra sai uma briguinha depois. Mas a cada dia se torna mais raro.
Ele trouxe um péssimo hábito da rua que é comer carne. Não posso dar mole com carne em cima da mesa ou pia que quando me dou conta ele já está com metade na boca. É um costume que estou lutando e pelejando pra tirar. Uma vez teve um churrasco na casa da frente. Eu e Fabrício estávamos cuidando do jardim, arrumando o quintal e víamos Açaí pulando o muro, indo e vindo. Depois descobrimos que o danado ia lá, se enroscava na perna de um, de outro e ganhava um pratinho de carne. Enchia a barriga voltava e dormia.  Minutos depois acordava, pulava o muro, se enroscava na perna de um, de outro e ganhava outro pratinho de carne. E assim foi a tarde toda! Que vergonha!
A Thaís veterinária disse que ele tem cerca de um ano. Achei, pelos 5kg daquela criatura, que ele tinha uns 2. Como ele veio já grandão, perdi a noção de idade.  Disse também que ele é uma criaturinha muito linda e calma!!! Dei sorte!
Esses dias ela me contou que lá na clínica eles estavam conversando sobre terem um gato. E aí foram falando os gatos modelos que eles queriam ter igual e adivinhem só, o  Açaí foi citado! Meu cunhado me falou uma vez: olha, Miliane, não gosto de gato não, mas esse aqui é bonito, heim! Nossa, como ele é bonitão!
A minha espera valeu a pena! Pela beleza, comportamento, carinho e companheirismo desse meu cinza -pelo-veludo! Mais uma figurinha, para compor o conjunto! Mais um que me conquistou e que já faz parte da minha vida!
Meu gigante bonzinho!!!!